Lúpus eritematoso sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão.
São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, geralmente avermelhadas ou eritematosas (em relevo), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços); e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos.
Sintomas
Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos. Pode apresentar diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo. Alguns sintomas são gerais, como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão, como dor nas juntas, inflamação nas articulações e mucosa, problemas visíveis na pele, inflamação da pleura, hipertensão e problemas nos rins. A perda generalizada ou irregular de cabelos ou pelos (alopecia) é comum durante as exacerbações.
Outras manifestações podem ocorrer devido à diminuição das células do sangue (glóbulos vermelhos e brancos), devido a anticorpos contra essas células. Os sintomas podem surgir isoladamente, ou em conjunto, e podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial. Crianças, adolescentes e adultos podem apresentar inchaço dos gânglios (ínguas), que geralmente é acompanhada por febre e pode ser confundida com os sintomas de infecções, como a rubéola ou mononucleose.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito na consulta com médico reumatologista, quando há presença dos sinais citados acima. Além da avaliação clínica, exames podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, como exames laboratoriais de sangue e urina. Esses exames também são importantes para definir se há atividade do lúpus eritematoso sistêmico.
Embora não exista um exame que seja 100% específico, a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), com títulos elevados em uma pessoa com sinais e sintomas característicos da patologia, permite o diagnóstico com assertividade e o tratamento pode ser iniciado.
Tratamento
O tratamento do lúpus depende dos órgãos afetados e do nível de atividade da inflamação. O objetivo do tratamento consiste em reduzir a atividade do lúpus, diminuir a inflamação, o que, por sua vez, deve evitar novas lesões ou uma lesão maior.
O medicamento antimalárico hidroxicloroquina é administrado via oral a todas as pessoas com lúpus independentemente de a doença ser leve ou grave, porque diminui as exacerbações e o risco de morte. As pessoas que tomam hidroxicloroquina devem fazer exames oftalmológicos periódicos, porque esse medicamento aumenta levemente o risco de lesão no fundo de olho quando é tomado por muitos anos.